A Carta

Como não vamos estar em casa na segunda-feira quando estiver aqui a fazer a limpeza, decidimos deixar-lhe este recado com algumas coisas que gostaríamos que fizesse:

• Limpe os espelhos dos quartos;
• Passe um pano nas cadeiras brancas;
• Componha o sofá;
• Limpe as prateleiras do micro-ondas;
• Limpe o pó também dos objectos que estão em cima do móveis;
• Limpe os móveis da cozinha (portas e prateleiras);
• Retire o saco do lixo (se estiver cheio) e ponha-o lá fora no caixote do lixo;
• Limpe o forno e o micro-ondas (por dentro e por fora).

Ânia
Bruno
Inês

Esta foi a carta que deixámos no bolso da bata da mulher-a-semanas, na esperança de ver alguma coisa feita [e bem feita] quando chegássemos a casa. Pensámos que esta carta [o equivalente a um cartão amarelo] fosse suficiente para ela se mancar e mexer os seus pézinhos de chumbo. Não se pode dizer que o efeito tinha sido o contrário, mas uma coisa é certa, não foi o desejado. Metade das coisas pedidas não foram feitas, e a outra metade foi aldrabada.
Depois digam-me como é que uma pessoa pode andar bem da cabeça se não tem os seus móveis a brilhar e a cheirar a lavanda [cheiro opcional]?!
E é aqui que vocês, meus leitores assíduos [LOLOLOLOLOL], entram. Sugiram-nos métodos [eficazes de preferência] de modo a persuadir a mulher-a-semanas a limpar [pede-se o favor para não sugerirem o despedimento porque nós não aguentaríamos sermos acusados de aumentar a taxa de desemprego nacional].
Só espero que depois de toda esta "conversa" não pensem que a senhora é uma gata borralheira nas nossas mãos. E para comprovar isso basta recordarem que os seus pézinhos são de chumbo, portanto não haveria sapatinho de cristal que resistisse.

P.S.: Não sei se hei-de considerar isto relevante, mas fui buscar a carta ao caixote do lixo toda amachucada...